Aquele
fulano estava de viagem tarde na noite e começou a ficar mesmo cansado.
Entrando
numa pequena vila, viu uma pensão e decidiu dormir ali umas horas antes de
prosseguir.
Quem
o atendeu, com cara de sono, disse-lhe que sim, havia quartos, mas que ele
tivesse cuidado: os demais hóspedes eram gente de trabalho, que se levantavam
cedo e haveria que respeitar o silêncio.
Claro
que sim, que ele mesmo queria dormir também. E subiu ao quarto.
Ao
despir-se, podre de sono, escorregou-lhe uma bota que caiu no chão.
Ruidosamente, no silêncio da noite e no sobrado de madeira.
Cautelosamente,
tirou a outra bota e deitou-se.
Estava
já naquele estado que ainda não é sono mas já não é vigília, e batem fortemente
na porta do quarto. E alguém lhe atirou, do outro lado:
“Oh
amigo! Tire lá a outra bota que estamos à espera disso para dormir!”
A
noite passada a primeira soca da vizinha de cima tirou-me do sono. Mas não tive
que esperar muito para ouvir a segunda. Tive sorte.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário