sexta-feira, 6 de junho de 2014

Eu, fotógrafo



Não importa se o outro sabe:
Eu quero e eu fotografo!
Não importa se o outro quer:
Eu quero e eu fotografo!
Não importa se o outro autoriza:
Eu quero e eu fotografo!
Não importa as consequências para o outro:
Eu quero e eu fotografo!
Não importa a privacidade do outro: Eu quero e eu fotografo!
Não importa quem é o outro:
Eu quero e eu fotografo!
Eu tenho uma câmara fotográfica!
Eu tenho o mundo à minha frente!
Eu tenho fome de imagens!
Eu cobiço o mundo!
Eu cobiço o rosto!
Eu cobiço o gesto!
Eu cobiço o acontecimento!
Eu cobiço!
Eu quero a luz!
Eu quero a pose!
Eu quero a estética!
Eu quero a arte!
Eu quero a celebridade!
Privacidade?
Ética?
Respeito?
Quero lá saber disso!
Se não gostam, paciência!
Sou fotógrafo e tudo me é permitido.


É por tudo isto que eu, que uso a fotografia para alimentar a alma e ocasionalmente a mesa, recuso que me chamem de fotógrafo.
Serei um apontador de câmara, um escrevinhador de luz, um iconógrafo, qualquer coisa, mesmo que batata frita.
Agora fotógrafo como o acima descrito e que tantos reclamam para si… Não sou!


By me

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