Conheço a minha
rua e arredores razoavelmente bem. Em particular as trajectórias do sol, bem
como as marcas de sombra que vai deixando.
Assim, é-me fácil
saber em que ponto o sol cruza o horizonte em cada estação do ano, mais ou
menos uns graus, entenda-se.
E hoje o sol deve
ter ficado escondido algures ali, onde o clarão é mais forte. A minha convicção
disso é tal que acredito que esse clarão, captado 5 minutos depois da
meia-noite, seja o restinho que nos deixou, para que, quem para ele olhar nesse
momento, saiba que este é o momento em que nos encontramos mais perto um do
outro. Ele, na sua plenitude, e nós, na nossa insignificância.
Este momento único
no ano, tal como o seu oposto – o solstício de Inverno, são duas das datas que
deveriam ser celebradas seriamente em todo o globo. Tal como os dois outros
momentos raros: os equinócios.
Sabemos que são
celebradas desde que o Homem foi capaz de olhar para as estrelas e pensar sobre
elas. E passar o que pensou e descobriu de uma geração para outra, mesmo antes,
muito antes, de ser capaz de escrever ou cantarolar a tabuada.
As civilizações,
com as suas ciências, filosofias, artes, teologias e sistemas políticos passam.
Que o Homem é efémero. Já os Solstícios e os Equinócios, esses, enquanto houver
sistema Solar continuarão a acontecer, façamos nós o que fizermos.
Vale a pena
pensarmos no que somos e no que fazemos, neste nico de tempo nenhum em que cá
estamos.
By me
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