sábado, 23 de junho de 2012

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Pouco passava do meio-dia quando fui tomar o primeiro café da jornada.
No trajecto fica um ponto de recolha de lixo, indiscriminado ou ecológico, e que me tem dado motivo para diversas fotografias, nomeadamente no tocante a sapatos abandonados.
Sabendo-o, dou sempre uma olhada mais atenta, que nunca sei se será ocasião de tirar a câmara do bolso e dar-lhe uso.
Hoje não foi excepção, não fora o não estarem caídos no chão mas ensacados como se vê. Fiz o registo, mais por hábito que por outra coisa, e fui à cafeína que o corpo a pedia.
Dei mais umas voltas que havia que dar e, coisa de uma hora depois, torno a passar no local. Nem sei porque me espantei.
O saco, e respectivo conteúdo, primavam pela ausência. Ainda espreitei, por descargo de consciência, o interior dos contentores e dos ecopontos, não fosse alguém lá o ter colocado. Como estava ou depois de escrutinado. Coisa nenhuma!

Quando os nossos políticos e bem falantes vêm a terreiro falar de dificuldades, de austeridade, de aumentos disto e daquilo, impostos incluídos, deveriam passar p’lo meu bairro, e por tantos e tantos outros p’lo país fora, e constatar estas minudências que, tanto ou mais que os gráficos da macro-economia, nos falam da forma como vão sobrevivendo os portugueses.
E, já agora, seria particularmente útil que os nossos jornalistas fizessem o mesmo, para que os retratos que fazem do país se aproximem da realidade.

By me 

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