Pouco passava do
meio-dia quando fui tomar o primeiro café da jornada.
No trajecto fica
um ponto de recolha de lixo, indiscriminado ou ecológico, e que me tem dado
motivo para diversas fotografias, nomeadamente no tocante a sapatos
abandonados.
Sabendo-o, dou
sempre uma olhada mais atenta, que nunca sei se será ocasião de tirar a câmara do
bolso e dar-lhe uso.
Hoje não foi
excepção, não fora o não estarem caídos no chão mas ensacados como se vê. Fiz o
registo, mais por hábito que por outra coisa, e fui à cafeína que o corpo a
pedia.
Dei mais umas
voltas que havia que dar e, coisa de uma hora depois, torno a passar no local.
Nem sei porque me espantei.
O saco, e
respectivo conteúdo, primavam pela ausência. Ainda espreitei, por descargo de
consciência, o interior dos contentores e dos ecopontos, não fosse alguém lá o
ter colocado. Como estava ou depois de escrutinado. Coisa nenhuma!
Quando os nossos
políticos e bem falantes vêm a terreiro falar de dificuldades, de austeridade,
de aumentos disto e daquilo, impostos incluídos, deveriam passar p’lo meu
bairro, e por tantos e tantos outros p’lo país fora, e constatar estas minudências
que, tanto ou mais que os gráficos da macro-economia, nos falam da forma como vão
sobrevivendo os portugueses.
E, já agora, seria
particularmente útil que os nossos jornalistas fizessem o mesmo, para que os
retratos que fazem do país se aproximem da realidade.
By me
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