terça-feira, 26 de junho de 2012

Bitoques, gatos e lebres




Não é bem o clássico “bitoque”. Falta-lhe a molhenga gordurosa onde ensopar o pão, tem um toque de “novelle cuisine ao usar presunto no lugar de fiambre e vinha com uma, uma só, azeitona.
No entanto, posso dizer-vos que a carne estava espectacular, que o vinho da casa – Dão – se recomenda e que não sendo uma pechincha, não foi caro.
Onde? Num centro comercial aqui da minha zona – Sintra.

No mesmo centro onde vi no corredor um dito fotógrafo a fazer fotografias ditas artísticas a uma mocinha acabada de entrar na adolescência. Tudo sob o olhar vigilante e babado da mãe.
Aquele que segurava na câmara (que outro nome me não atrevo a dar-lhe) tinha o espaço, ainda que exíguo, mais ou menos bem apetrechado: três flashes, dois com caixa difusora larga, um terceiro com sombrinha reflector, sistema wireless de disparo…
Claro que não usava pára-sol, mas isso não serve para nada debaixo de telha, não é?
Claro que as três fontes de luz estavam uma de cada lado, simétricas a 180º e a terceira p’la frente, a 45º com a objectiva.
Claro também que luz de recorte (ou luz de trás, ou “Hair Light” como dizem os americanos) não existia. Para quê? Afinal, quem é que vê a parte de trás da cabeça do/a fotografado/a?

Enquanto que para este bitoque usei luz natural, que entrava p’la janela e serviu para o efeito, fazia sentido que alguém fosse ensinar esses fotógrafos de meia-tijela que a matéria prima com que trabalham é a luz e que se não a souberem usar estão vender gato por lebre aos incautos que querem mostrar como os seus rebentos são prendados.

By me 

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