Quando primeiro
vi, bem à distância, achei estranho.
A primeiríssima
ideia que tive foi “Então agora o comboio vem até cá a cima?”
Depois apercebi-me
que a “máquina” vinha atrás, o que só costuma suceder em casos de manobras
especiais. E não era o caso.
Aproximei-me.
E o meu espanto
perante tal composição foi tal que teve que ser a “máquina” materna a chamar-me
à realidade e perguntar-me se não a reconhecia. A cara não me era estranha, mas
não sabia localizar com exactidão, nem no espaço nem no tempo. Foi ela que me
chamou à realidade e lembrei-me então que muitas refeições, jantares em regra,
me tinha ela entregue, num restaurante aqui do bairro que já fechou. Com pena
minha, que era o único onde se podia fumar.
E lá me contou
ela, orgulhosa a ponto de rebentar, que tinham oito meses, que um deles vinha a
refilar por vir na alcofa do meio, que só gosta de andar na da frente, mas que
como está meio constipado ali vai mais resguardado, goste ou não. E sabia de
cor os nomes deles e em que alcofa estavam mesmo sem olhar para eles.
E acrescentou que
o parto tinha corrido bem e que, apesar de pequeninos, nenhum deles precisara
de incubadora. E ainda bem, que com diferença de horas naquele hospital tinha
havido dois partos triplos. E que se os dela tivessem necessitado de cuidados
especiais, como os da outra parturiente, teriam que ser transferidos de
hospital, que não tem aquele para tantos ao mesmo tempo.
Pudera! Três gémeos
por mãe, duas mães…
O percurso chegou
ao fim, bordejada que foi a escolinha do primeiro ciclo que eles os três irão
frequentar daqui por uns cinco a seis anos. Ainda estive para a ajudar uma ou
duas vezes no sobe e desce dos passeios, que boleados como deveria haver por
aqui não há muitos. Mas a boa da tripla mãe já tem os truques para fazer subir
o “comboio”, com dois jeitos de mão e um jeito de pé, que eram uma lindeza. Foram
eles para um lado, os três pequenitos, a mãe e o irmão deles, aí com os seus
oito anitos. E fui eu para outro, sem ser capaz de desgrudar o olhar daquele
carrinho enorme e a fazer entre dentes uma pergunta de ordem prática:
Cabe aquele “monstro”
no elevador do prédio?
Fiquei-me com a
dúvida e com a fotografia.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário