Uma frase que
tenho usado quase para além da exaustão diz que “Se eu souber porquê, sei como”.
Outra que a
completa, e mais concretamente sobre imagem, enuncia os princípios para
fotografar: “Olhar, ver, captar”.
Qualquer uma delas
nos conduz à necessidade de, confrontados com qualquer assunto a registar,
entendê-lo ou “estar em sintonia” para poder fotografar e trazer algo “que se
veja”. Algo que mostre o que vimos e/ou sentimos.
Quando tal não
sucede, o mais que regressa na nossa câmara são fotocópias do que estava em
frente dos nossos olhos, desprovidas de emoção ou sentido. Meros registos de
luz e cor.
Não é, certamente,
o simples facto de se estar num local belo, com miríades de luzes e sombras,
com perspectivas incomuns e em boa companhia, que nos faz fazer imagens que nos
encham a alma. Pelo menos comigo!
O saber da
história de um local, significados e esforços para o fazer, não me chega para o
fotografar. Mais que saber os factos, mais que entender os motivos, tenho que
reagir emotivamente a eles, pela simpatia ou antipatia, para que tenha vontade
de obturar ou, de outra forma, para que o que obturo me diga algo. E se a mim
nada disser, ao ver mais tarde o que fiz de nada serve. Tão inconsequente
quanto uma lista telefónica.
O meu refúgio,
nestas circunstâncias, em que fotografar é quase um dever, é usar de fórmulas
conhecidas, jogos de luz e sombra aqui ou ali, para que a jornada não seja estéril
em termos fotográficos.
Talvez que eu não
seja um fotógrafo mas antes um “vibrante” que reage síncrono ou assíncrono ao
que me cerca. Assim sendo, e se eu não vir aquilo para que olho, quase mais
vale nem captar.
By me
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