terça-feira, 26 de junho de 2012

A tarraxa




Leio num jornal diário, que na Hungria o revivalismo histórico e Nazi está a ganhar força, com o apoio explícito das forças governamentais.
Leio também que a selecção de futebol Alemã foi multada por os seus adeptos terem exibido uma bandeira neo-nazi durante um jogo.
Ainda não há muito tempo que ouvíamos e líamos sobre as medidas proteccionistas francesas sobre imigrantes, bem como de que forma a extrema-direita vai ganhando força nesse país.
Também na Suíça, uma nação supostamente neutra e que gosta imenso de ter imigrantes a fazer o que os nativos não querem – como todos os demais países, de resto – vão aumentado as discriminações sobre as nacionalidades de quem aceitam como imigrantes.
A Itália, um país que não o era ainda não há tanto tempo quanto isso, está igualmente a braços com segregações nacionalistas em que, naturalmente, os de fora são os alvos preferenciais.
Mesmo aqui ao lado, em Espanha, vimos os resultados das últimas eleições, vamos vendo o que vai acontecendo em manifestações, mas não nos vai sendo contado o que acontece com os “sem papeis”, de que forma as autoridades vão lidando com os migrantes que procuram fazer da península Ibérica uma porta de entrada para um tal utópico “EL dourado” europeu.
Por cá… por cá vamos assistindo a uma mistura entre o querermos que os estrangeiros por cá estejam, que trabalhem, tenham filhos e paguem impostos, e à redução de migrantes em território nacional que a eles são dados os trabalhos mais penosos ou desagradáveis e a eles se paga menos e sem contratos legais.
Assusta-me ver estes pequenos grandes sintomas de extremismo, em parte motivados pelas crises económicas que vamos vivendo, em parte alimentados pelos nacionalismos radicais, em parte satisfazendo uns quantos de títeres ainda encapotados.
A história tem-nos contado o que sucede às civilizações quando as posições se extremam, quando o trabalho, ou mesmo a comida, começam a escassear.
As euforias provocadas pelos confrontos desportivos, com as respectivas frustrações dos perdedores que abordam as derrotas como se de tragédias se tratassem não são apaziguadores de ânimos.
Que, após cada jogo, se se apercebe que a tarraxa está cada vez mais apertada. E as bílis se manifestam sempre para o mesmo lado.

By me

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