Uma porta é uma
porta!
Poderá haver quem
diga que é uma abertura para se passar para o outro lado da parede, poderá
haver quem diga que é o que impede que se passe para o outro lado da parede. Depende
de se assumir uma atitude positiva ou negativa.
Em qualquer dos
casos, uma porta é uma porta!
O que pode
diferenciar notoriamente uma porta de outra porta é o que se encontra do seu
outro lado. Ou o que já esteve do seu outro lado. Que também as portas, ao
servirem de fronteira permissiva ou impeditiva, têm história. Como um copo de
cerveja, uma pedra de calçada ou uma ferradura. E, neste caso, é de ferraduras
que falo.
Ao que sei, e
posso estar enganado, esta era a porta do último ferrador aberto ao público em
Lisboa. Outros existem ainda, em picadeiros ou hipódromos, mas de porta aberta
para que qualquer um pudesse ser atendido, este terá sido o último na cidade.
Foi substituído,
naturalmente, por uma miríade de oficinas auto, com os seus pneus, motores,
pintura e bate-chapa, electricidade…
Mas ver um casco
ser afagado, uma ferradura ser moldada, os cravos pregados… isso não mais, nem
aqui nem em outro local em Lisboa.
Restam as memórias
de quem lembra, os relatos de quem sabe e tudo o que esta porta alta poderia
contar se falasse.
Conseguem ouvir o
martelo, uma no cravo, outra na ferradura?
By me
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