quarta-feira, 23 de maio de 2012

Resistindo e sobrevivendo




O meu quotidiano está demasiado cheio de condições macro-económicas, conjunturas sócio-politicas e discursos idioto-absurdantes.
E se há ocasiões em que consigo sobreviver mantendo alguma coerência e sanidade mental, outras há em que os meus melhores esforços são insuficientes para servirem de anti-corpos às doses maciças com que sou agredido.
Nessas ocasiões, resta-me procurar refúgio assim que possível no micro-cosmos da natureza, mesmo que com uma câmarazita de bolso.
E, enquanto ali estamos os três (a flor, a câmara e eu mesmo) partilhamo-nos no prazer de existirmos e de nos respeitarmos, na individualidade que somos e no resultado do esforço conjunto.
Que enquanto elas se expõem como vêem fazendo de há eternidades, eu tento fazer o equivalente, respeitando-a e fazendo com que a sua integridade física e outras se mantenha inalterada. A câmara, essa, serve de ponte entre o que sou e o que a natureza é, oferecendo a resistência natural da sua complexidade, mas deixando-se levar com festa e agrados, sem que qualquer maldade ou ocultas intenções existam.
E em afastando-me, deixando que a natureza continue a crescer e a mostrar-nos o que de belo tem, levo no bolso e guardado sob a forma de zeros e uns o repositório da minha própria tranquilidade e um documento atestando em como, por muito que aqueloutros vão tentando, eu ainda consigo sobreviver-lhes.

By me 

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