O meu quotidiano
está demasiado cheio de condições macro-económicas, conjunturas sócio-politicas
e discursos idioto-absurdantes.
E se há ocasiões
em que consigo sobreviver mantendo alguma coerência e sanidade mental, outras há
em que os meus melhores esforços são insuficientes para servirem de anti-corpos
às doses maciças com que sou agredido.
Nessas ocasiões,
resta-me procurar refúgio assim que possível no micro-cosmos da natureza, mesmo
que com uma câmarazita de bolso.
E, enquanto ali
estamos os três (a flor, a câmara e eu mesmo) partilhamo-nos no prazer de
existirmos e de nos respeitarmos, na individualidade que somos e no resultado
do esforço conjunto.
Que enquanto elas
se expõem como vêem fazendo de há eternidades, eu tento fazer o equivalente,
respeitando-a e fazendo com que a sua integridade física e outras se mantenha
inalterada. A câmara, essa, serve de ponte entre o que sou e o que a natureza é,
oferecendo a resistência natural da sua complexidade, mas deixando-se levar com
festa e agrados, sem que qualquer maldade ou ocultas intenções existam.
E em afastando-me,
deixando que a natureza continue a crescer e a mostrar-nos o que de belo tem,
levo no bolso e guardado sob a forma de zeros e uns o repositório da minha própria
tranquilidade e um documento atestando em como, por muito que aqueloutros vão
tentando, eu ainda consigo sobreviver-lhes.
By me
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