sábado, 12 de maio de 2012

Um olhar - Rainha de Inglaterra




Foi este o nome que me deu quando lho perguntei, depois de ter feito a fotografia.
O meu pedido não surgiu do nada. Antes disso tinha-a ajudado, bem como a um rapaz, a erguer e fixar uma estrutura de canas. Os seus métodos não apenas não estavam a resultar como, mesmo que resultassem, acabaria tudo no chão muito em breve.
Acerquei-me, dei-lhes uma ou duas dicas, segurei enquanto tentavam dar os nós, acabei por ser eu mesmo a dá-los e, no fim, expliquei-lhes o porquê deste sistema de fixação resultar e não o deles. Porque os triângulos não se desmontam a menos que quebremos as suas arestas.
Ficou ela a olhar para mim, com cara de caso, e fez-me uma pergunta que me desconcertou: “Que faz você na vida?”
“Operador de câmara de tv e, nas horas vagas, umas fotografias”, disse mostrando-lhe as câmaras que trazia penduradas.
“Ah! Então e como sabe isso dos triângulos e de matemática?”
Foi a minha vez de a deixar a olhar para mim, desconcertada: “Cultura geral, aquela coisa que sabemos depois de esquecermos o que aprendemos na escola.”

Acho que foi por vingança que me deu o nome de “Rainha de Inglaterra” quando lho perguntei. Solenemente tirei o meu bloco de apontamentos e escrevi-o. E mesmo que, depois disso, me tivesse dado o nome de baptismo, Seria sempre este que usaria eu aqui.

Onde foi tudo isto? No Parque Eduardo VII, aquando da instalação da “Primavera Global” que por lá agora decorre. Fica esta primeira abordagem.

By me

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