Muito se tem
falado, nestes últimos dias, sobre o caso das secretas e dos relatórios que os
serviços de informação produziram.
Mas, em tudo o que
se tem discutido, o que tem estado em mais causa é o haver relatórios sobre
jornalistas: o que se escreveu ou investigou sobre a vida privada e/ou pública
sobre este jornalista de um jornal ou aquele outro director ou patrão de uma
cadeia de media.
Sobre se esses
mesmos serviços de informação produziram relatórios a propósito da vida privada
e/ou pública de quaisquer outros cidadãos nacionais – eu mesmo ou você que está
a ler estas linhas – nada se disse.
Por outras
palavras: não está a ser posto em causa o ser ou não correcto haver serviços de
informação a produzirem relatórios sobre pessoas mas tão só sobre algumas
pessoas. Como se algumas pessoas fossem parte de uma elite sobre as quais se não
pudesse investigar. Ou como se todos os cidadãos pudessem ser alvo de
investigação, excepção feita aos profissionais de um dado ofício.
Pergunto-me:
A – Sabe se já foi
alvo de investigação?
B – Permite ser
investigado sobre a sua vida privada – hábitos, preferências, opiniões, família?
C – Considera-se
menos importante que um jornalista?
D – Faz algo para
proteger, efectivamente, a sua própria vida privada?
Pela parte que me
toca, respondo Não, Não e Não a quase todas as perguntas, tal como um político
fez no parlamento.
Mas um enorme Sim
à última.
Nada tenho a
esconder de vergonhoso da minha vida privada. Pelo menos não mais que o comum
dos cidadãos.
Mas faço muita
questão que ela continue privada. E nos aspectos que entendo por pertinentes,
faço o possível por não deixar rasto, impedindo ou dificultando no que me é possível
essas devassas.
Não será em nome
de um país ou da segurança de uma bandeira que deixarei, impávido e sereno, que
o Grande Irmão vasculhe a minha vida.
Mesmo não sendo eu
jornalista.
By me
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