Todos os anos, a
empresa que me fornece o gás canalizado cá a casa tem um gesto simpático:
oferece aos seus clientes uma lembrancinha por esta altura do ano.
Já recebi CDs,
DVDs, uma lanterninha e livros.
De algumas gosto,
outras nem tanto, mas reconheço a simpatia do gesto, pese embora não seja isso
que me faz continuar ou não a ser seu cliente. Gosto do serviço que prestam e,
enquanto isso acontecer, manter-me-ei cliente.
Mas, este ano,
para além da meia-surpresa de ter na caixa do correio o envelope com a lembrança,
fiquei mesmo boquiaberto. É que num dos três livritos de contos que nele vinham,
um dos contos conhecia eu como sendo uma história verdadeira: “O conto do vigário”,
aqui assinado por Fernando Pessoa.
Ouvi-a eu contar
na televisão, há uns trinta anos, por uma figura grada do mundo do teatro, já
falecida. E aquilo que então foi contado foi referido como tendo sido uma história
verdadeira, passada havia anos no Brasil.
Não interessa
identificar quem a contou. Apesar de ter sido uma patranha, foi bem contada e
convenceu todos os que a ouviram e que, tal como eu, não conheciam o original.
Fica o elogio à
forma como o contou, fica o elogio à simpatia do meu fornecedor de gás e fica
um velho ditado popular: “Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo!”
Texto e imagem: by
me
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