É daquelas coisas
que me vai fazendo sair do sério: o cada vez mais encontrar gente que defende o
“Cada um que se safe”!
Não é importante
que cada um tenha mais ou menos potencialidades, que haja quem tenha mais
capacidade para isto ou aquilo que outros. O importante mesmo é que cada um se
safe, e desde que eu consiga, está tudo bem.
E a quantidade de
gente que não está a conseguir safar-se aumenta e, com elas, a mentalidade do “Cada
um que se safe, os outros que se cuidem”. E mesmo aqueles que já se safaram
continuam a pensar o mesmo: “Eu já me safei, os outros que se cuidem”.
E enquanto uns têm
duas moedas para se encherem à tripa forra, outros há que nem meia moeda têm. E
enquanto uns defendem as suas duas moedas com garras e dentes, os outros
almejam ter as duas moedas, para se encherem e também as defenderem.
Esquecem, uns e
outros, que duas moedas podem encher, satisfatoriamente, quatro, não ficando
nenhum em demasia nem nenhum em carência.
E se me assusta
saber que há quem tenha em demasia e quem esteja à mingua, assusta-me
igualmente saber, porque a História no lo ensina, que é em circunstâncias como
estamos a viver, e naquelas que se antevêem, que surgiram situações ditatoriais
e conflitos armados. Nenhum deles de boa memória e alguns bem recentes no tempo
e no espaço.
Texto e imagem: by
me
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