sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Preço de saldo



Numa cafetaria de um centro comercial, encosto-me ao balcão.
O homem, já entradote, estava de conversa com um casal e mal pareceu dar por mim. Quando, finalmente, me deu a saudação, pedi-lhe um café. Cheio, por favor.
“Cheio de quantidade e de qualidade”, disse-me, virando-se para a máquina.
“Temos conversador”, pensei. E ripostei em voz alta: “Sim, mas mais do segundo, se puder ser.”
Enquanto da bica pingava o café, preparou-me ele o pires e a colher, perguntando se queria açúcar ou adoçante.
“Açúcar, claro.”
“Ah, e quer branco ou amarelo?”
Quis eu ser engraçadinho e pedi: “Mascavado, por favor.”
“Também tenho!” e esticou-me uma cestinha com pacotinhos que nunca eu havia visto.
A partir daqui a conversa seguiu, fluida e divertida, versando, imagine-se, cocktails, o que ter para tal e como fazer alguns.
Afastei-me com o bom sabor do café na boca e a boa memória de uma boa conversa, bem o invés da primeira impressão, logo à chegada.

Tinha já cruzado duas esquinas do centro comercial quando me lembrei de algo mais que importante e arrepiei caminho.
Encostei-me de novo no balcão e ele, surpreendido, perguntou o que mais desejava eu.
“Pagar, que com a conversa esqueci-me.”
“Fantástico!”, exclamou. E brindou-me com um belo de um sorriso.

É tão barato deixar alguém satisfeito e a sorrir…!

By me

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