Essa é uma questão
antiga, quase tão antiga quanto a fotografia. E que tem envolvido muitos e bons
fotógrafos em torno dela.
Por mim, tenho que
“fotografia” é tudo aquilo que medeia entre o que vejo e o que mostro. Por
vezes pesado, complexo, dispendioso, por vezes tão simples quanto o click da obturação
e o click da impressão ou publicação on-line.
Importa, do meu
ponto de vista, que a imagem final mostre aquilo que os olhos e a alma viram. E
se aquilo que a alma viu não corresponde ao que os olhos viram, por limitações
técnicas no momento ou por incapacidade do fotógrafo, faz sentido ajustar
posteriormente.
Claro que há uma “terra
de ninguém” entre o que é fotografia, mesmo que ajustada à visão da alma, e o
que é “arte gráfica”, construída a partir de um registo fotográfico.
Quando, e no tempo
em que só havia película, se usavam filtros coloridos na câmara para controlo
de contraste, se faziam máscaras no ampliador, se alteravam as características
do papel ou a forma de revelar, se alteravam os enquadramentos originais no
conteúdo ou proporção… não seria isso equivalente às edições electrónicas de
hoje?
Creio ser tão legítimo
o recusar a edição posterior como o usá-la. Desde que o resultado final
corresponda ao que o autor pretende mostrar.
Imagem:
À esquerda “O
violino de Ingres” (1924) de Man Ray
À direita “Joiners”,
(1983?) de David Hockney.
By me
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