segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Fotografia – Purismo ou edição?



Essa é uma questão antiga, quase tão antiga quanto a fotografia. E que tem envolvido muitos e bons fotógrafos em torno dela.
Por mim, tenho que “fotografia” é tudo aquilo que medeia entre o que vejo e o que mostro. Por vezes pesado, complexo, dispendioso, por vezes tão simples quanto o click da obturação e o click da impressão ou publicação on-line.
Importa, do meu ponto de vista, que a imagem final mostre aquilo que os olhos e a alma viram. E se aquilo que a alma viu não corresponde ao que os olhos viram, por limitações técnicas no momento ou por incapacidade do fotógrafo, faz sentido ajustar posteriormente.
Claro que há uma “terra de ninguém” entre o que é fotografia, mesmo que ajustada à visão da alma, e o que é “arte gráfica”, construída a partir de um registo fotográfico.
Quando, e no tempo em que só havia película, se usavam filtros coloridos na câmara para controlo de contraste, se faziam máscaras no ampliador, se alteravam as características do papel ou a forma de revelar, se alteravam os enquadramentos originais no conteúdo ou proporção… não seria isso equivalente às edições electrónicas de hoje?

Creio ser tão legítimo o recusar a edição posterior como o usá-la. Desde que o resultado final corresponda ao que o autor pretende mostrar.

Imagem:
À esquerda “O violino de Ingres” (1924) de Man Ray

À direita “Joiners”, (1983?) de David Hockney.

By me

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