Surge este post na
sequência de uma conversa tida com uma amiga, que me descreveu métodos e
práticas numa escola profissional.
E fiquei eu a
pensar que profissionais dali sairiam. E que cidadãos.
Bem como nos
resultados que obtive, em tempos.
Quando eu
trabalhei com bandos de jovens que queriam aprender o pouco que sei, havia este
aviso colado na porta. Da parte de fora!
Nunca aceitei, nem
aceito, que a desatenção ou o desleixo de um ou dois prejudicasse o trabalho e
a concentração do conjunto.
A regra era
simples:
Trabalhávamos
duas, três, por vezes quatro horas seguidas e juntos. Com os intervalos óbvios,
que havíamos combinado acontecer quando os trabalhos permitissem e não seguindo
a omnipotente e sempre ditatorial campainha.
Quem quer que
chegasse depois da porta fechada poderia sempre ingressar no grupo nessas
pausas, sem a temível e perigosa “falta”. E, se fosse necessário, gastaria eu um
nico de tempo para o ou a colocar a par do que se havia feito ou dito.
Umas duas ou três
semanas depois de começarmos a trabalhar juntos, o aviso deixava de ser
necessário. Por um lado, o índice de abstenção real era muito menor. Realmente
menor. Por outro, todos entendiam a eficácia do método e percebiam que
perturbar o todo o grupo ao entrar numa sala a meio de um trabalho era (é!) uma
terrível falta de respeito para com os demais. Que a interrupção assim
provocada fazia todos perderem a concentração e o rendimento na aprendizagem. E
era garantido que se faria o possível para que ninguém ficasse para trás nos
conhecimentos que adquiriam.
Na primeira
reunião de notas que tive, naquele natal e naquela escola, eu era o novato,
aquele que pouca ou quase nenhuma experiência lectiva tinha.
Quando disse de
minha justiça sobre cada um dos alunos e descrevi um dos métodos de avaliação
continua que usava – atitude profissional – e que isso era conteúdo
programático e importante num curso profissional, fui discretamente gozado
pelos demais professores ou formadores. “Lá vem este com coisas novas p’rós
putos!”
Para minha
satisfação (muito íntima e secreta) no ano lectivo seguinte esse item constava
nas orientações dadas pela direcção aos professores.
Este aviso – e
tudo o que com ele se relaciona – fazia e faz parte dessa formação e respectiva
avaliação.
E da minha própria
prática profissional.
By me
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