domingo, 20 de setembro de 2015

Catalunya



As atenções hoje dividem-se, maioritariamente, para três lados.
Como não poderia deixar de ser, para a crise dos refugiados, com a Europa a dizer-se solidária, mas só até certo ponto;
Para as eleições na Grécia, em que o futuro daquele país na fronteira da Europa se discute, política e economicamente. Os ultimatos e pressões alemãs parecem já ter ficado num canto, esquecidas mas não deixadas de impor;
A campanha para as eleições em Portugal, daqui por duas semanas, com tudo o que isso significa para os portugueses e para a continuidade das políticas europeias, cada vez mais longe dos cidadãos e mais próximas das instituições financeiras.
Aquilo que não parece estar a colher grandes atenções é o que acontecerá entre um momento eleitoral e outro. Igualmente importante nos conceitos europeus: as eleições na Catalunha, no próximo domingo.
Se as vontades independentistas vencerem, como aparenta, será talvez o maior braço de ferro que o velho continente viverá desde há muito e sem guerras pelo caminho: o equilíbrio instável entre a vontade democrática de um povo e as vontades autocráticas de um velho continente, tentando manter uno aquilo que só as aparências mostraram ser.
As pressões, políticas, económicas, internacionais e até desportivas, têm sido muitas: a autodeterminação de um povo só será possível se todos os outros deixarem.

Para além da questão dos desgraçados dos refugiados, enviados para campos que nos trazem muito má memória, para além das questões económicas e políticas de aparentar democracia mas manter tudo na mesma, a questão Catalã será um espinho no pé da Espanha e da Europa, que dificilmente o conseguirá tirar a bem.

By me 

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