Terroristas

Tenho mais de meio século de existência.

E desde que me conheço, ou que sei ler, que vou ouvindo falar ou lendo de “terroristas”.

Foram os “terroristas” nas colónias (francesas, belgas, inglesas, portuguesas…), foram os “terroristas” na Irlanda, no País Basco, na Alemanha, nos países de Leste…

Depois foram os financiadores dos “terroristas”, que de inimigos passaram a amigos, depois a inimigos, depois a amigos, depois a…

Foram as armas e os explosivos fornecidos aos “terroristas” pelas Ásias, pelas Europas, pelas Américas, pelos “terroristas” aos “terroristas”…

Pergunto-me como poderiam esses “terroristas” espalhar o terror se não tivessem armas e explosivos? Como poderiam espalhar o terror esses “terroristas” se não se soubesse da suas existência?

Mas, também, como poderiam as polícias (secretas, políticas ou outras) e os governos que nelas mandam aumentar o seu poder, tamanho e capacidade de actuação se não existissem “terroristas”.

Cada um dos quatro poderes alimenta-se dos outros três e todos dos “terroristas”. Estes, por seu lado, adoram ser alimentados pelos tais quatro poderes e alimentam com o seu “terror” os “terroristas” institucionais.

Não tenho lá muito a certeza se os “terroristas” usam Kalashnikov ou Sheaffer, se turbante ou côco, se burka ou mini-saia.

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