quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Perspicácias



“Para malandro, malandro e meio”, diz o povo na sua sabedoria.

Numa conversa sobre conceitos e práticas fotográficas, quis eu confrontar os presentes com uma brincadeira clássica no que concerne a imagem e sua análise: apresentei-lhes duas imagens e o seu oposto, ou seja, as mesmas mas invertidas da esquerda para a direita.
Sabia que iriam dar com a coisa, uns mais, outros menos, mas levei o desafio mais longe: qual delas a original?
As imagens foram escolhidas de entre as que possuo em livros e das que gosto, pese embora a sua impressão, aceitável, tenha sido fracota. Mas tive o cuidado de escolher duas que não contivessem nenhum código visível: letras, sinalização de trânsito ou quejando. Nenhuma indicação implícita ou explícita sobre sentidos de leitura.
Algumas discussões em torno do assunto até que um dos presentes levantou-se lá do fundo, aproximou-se de uma delas, olhou com cuidado e declarou com solenidade qual a original e qual a invertida, num dos casos. E argumentou:
“Tem que ser esta, ou estaria a vestir uma camisa de senhora, que abotoa ao contrário das dos homens.”


Acho que vou ter mais cuidado na escolha de fotografias numa próxima vez.

By me 

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