terça-feira, 15 de setembro de 2015

A sombra



Só para que conste:
Quarta-feira, 23 de Setembro, aproxima-se à velocidade normal: um dia a cada 24 horas.
E, acredito, poucas serão as pessoas que notarão diferença entre esse dia e a véspera ou o dia seguinte.
No entanto, os antigos tinham-no como um dia especial, mágico, digno de figurar em relevo nos calendários.
E era a tal ponto importante que gastaram esforço e energia extraordinárias para erguerem monumentos que perduram até hoje. Milénios passados.

Não sou crente em qualquer divindade que não o universo de per si. Do qual cada um de nós faz parte e que, por isso mesmo, é deus. Como diria Mike, “Tu é deus!”
E sei, ou julgo saber, que ele – o universo – está em permanente desequilíbrio, nas suas contracções e distensões. Desde quase sempre e até quase sempre. Tem, no entanto, momentos de aparente equilíbrio, de aparente pausa, como que a tomar fôlego para continuar a sua corrida até quase sempre.
Na próxima quarta-feira, 23 de Setembro, acontece um desses momentos.
Ninguém dará por isso, estou certo. O antes e o depois serão iguais ao agora e a vida continuará como quase sempre. Excepto…
Excepto que a partir desse momento, e durante seis meses, haverá menos horas de luz solar que de noite fechada. Num dos hemisférios, pelo menos, que no outro será o oposto.
E se isso não for importante para os humanos em geral e para nós fotógrafos em particular, não sei que coisas importantes possam acontecer.

Na próxima quarta-feira, 23 de Setembro, muita coisa acontecerá neste nosso pequeno mundo: gente a nascer, gente a morrer, gente a apaixonar-se, gente a descobrir coisas novas… para cada um em particular, esse dia será importante à sua maneira.
Mas comum a todos, desde quase sempre e até quase sempre, será o Equinócio.

Celebrem-no, se acharem que vale a pena celebrar o universo.       

By me

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