Houve uma época,
breve e ainda não há muito tempo, em que pensei que poderia ser útil à
sociedade se mudasse a minha forma de intervenção.
Achei que se
deixasse um pouco de lado a minha posição de “franco atirador” e se integrasse
as fileiras de uma qualquer frente de acção com a qual me identificasse ideologicamente,
poderia aumentar o resultado pela acção conjunta.
Andei, de uma
forma mais discreta ou mais aberta, a analisar por dentro algumas formações
existentes ou emergentes cujas teorias se aproximassem das minhas (ou
vice-versa) e cujas práticas se enquadrassem mais ou menos nas que defendo.
Algumas houve que
bastou a minha aproximação para que me incomodassem e rapidamente me afastei.
Outras nem delas me aproximei.
Uma houve, no
entanto, que me cativou: pelas práticas, pelos discursos, pelo pensamento não tão
público de algumas das suas figuras de topo que conheci ou conhecia. E
deixei-me envolver, participando como e quando podia.
Infelizmente as
estratégias originais foram alteradas pela chegada de novos actores. E senti,
por provas dadas e por instinto, que o projecto original estava já subvertido,
que o assalto ao poder interno era óbvio e que deixara de ser um colectivo com
interesses comuns para passar a ser mais uma organização com hierarquias
estratificadas. Não gostei.
Não apenas não
gostei como tratei de me afastar incomodado, deixando a minha opinião e o que intuía
que iria acontecer dali em diante junto de quem eu confiava e que merecia
saber.
Claro que me
disseram que não, que eu estava enganado, que ali nada disso acontecia…
Tenho vindo a ler
com alguma atenção o que os jornais contam dessa organização. Dando o devido
desconto, naturalmente. Que o que os media contam do que está fora das rotinas
e poderes instituídos é sempre suspeito.
E concluo que
odeio ter razão!
Felizmente nunca
deitei fora o meu pin de estimação,
By me
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