terça-feira, 8 de setembro de 2015

Nota pessoal



Houve uma época, breve e ainda não há muito tempo, em que pensei que poderia ser útil à sociedade se mudasse a minha forma de intervenção.
Achei que se deixasse um pouco de lado a minha posição de “franco atirador” e se integrasse as fileiras de uma qualquer frente de acção com a qual me identificasse ideologicamente, poderia aumentar o resultado pela acção conjunta.
Andei, de uma forma mais discreta ou mais aberta, a analisar por dentro algumas formações existentes ou emergentes cujas teorias se aproximassem das minhas (ou vice-versa) e cujas práticas se enquadrassem mais ou menos nas que defendo.
Algumas houve que bastou a minha aproximação para que me incomodassem e rapidamente me afastei. Outras nem delas me aproximei.
Uma houve, no entanto, que me cativou: pelas práticas, pelos discursos, pelo pensamento não tão público de algumas das suas figuras de topo que conheci ou conhecia. E deixei-me envolver, participando como e quando podia.
Infelizmente as estratégias originais foram alteradas pela chegada de novos actores. E senti, por provas dadas e por instinto, que o projecto original estava já subvertido, que o assalto ao poder interno era óbvio e que deixara de ser um colectivo com interesses comuns para passar a ser mais uma organização com hierarquias estratificadas. Não gostei.
Não apenas não gostei como tratei de me afastar incomodado, deixando a minha opinião e o que intuía que iria acontecer dali em diante junto de quem eu confiava e que merecia saber.
Claro que me disseram que não, que eu estava enganado, que ali nada disso acontecia…

Tenho vindo a ler com alguma atenção o que os jornais contam dessa organização. Dando o devido desconto, naturalmente. Que o que os media contam do que está fora das rotinas e poderes instituídos é sempre suspeito.
E concluo que odeio ter razão!

Felizmente nunca deitei fora o meu pin de estimação,

By me 

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