Estava eu muito
entretido na cozinha a fazer cigarros e pela janela, escancarada, chega-me o ruído
de música.
Era ruído,
efectivamente. O tipo de som não dava azo a dúvidas, já que era fácil saber que
provinha de cornetas acústicas.
E também não havia
dúvidas que vinha de uma viatura. Ia aumentando de volume, tal como o ruído do
motor, indicando que se aproximava da esquina. Previamente anunciado pelo ecoar
nas paredes da praceta.
E, enquanto ia
enchendo os tubos dos cigarros, ia cogitando que a campanha eleitoral, com este
tipo de divulgação, começara mais cedo que a data aprazada. Não que seja
importante, apenas um facto.
Quando me pareceu
que estaria visível da janela, espreitei. Sempre queria saber qual a cor partidária
que assim estragava a pacatez do depois-do-almoço.
Surpresa!
Não era de um
partido político, mas antes de um qualquer supermercado que desta forma
anunciava não sei já que promoção de vendas.
Na prática, a mesmíssima
coisa!
Voltei aos meus
cigarros com o mesmo tipo de incómodo.
By me
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