E
pronto! Duas observações, ou comentários, levam-me a responder em conjunto.
Uma
delas, e a propósito de eu afirmar que a maioria dos utilizadores da web não
produz conteúdos e pouco mais faz que copiar os já existentes, reza assim:
“Produzir conteúdos não é fácil…”
A
outra, e sobre uma cadeira e a sua história, afirma: “Essa cadeira tem uma
sólida história…”
Para
ambos, há que dizer que as histórias ou estórias estão aí, em todo o lado, a
cada passo, a cada olhar. Cada um de nós tem uma miríade de estórias e uma
história sólida. Cada ser humano gastaria muito mais que uma floresta para
contar a sua própria história, tantos são os episódios e peripécias que
vivemos. A solo, no circulo restrito de vida, na existência que levamos.
O
problema, penso eu, está em que gastamos demasiado tempo concentrados naquilo
que nos perturba, que incomoda, nas nossas próprias dores e alegrias, para
constarmos, por pouco que seja, o que nos cerca.
Se
nos despirmos de nós mesmos, se abrirmos a camisa aos outros, se nos deixarmos
penetrar pelas alegrias e dificuldades dos demais, não apenas ficaremos mais
ricos naquilo que aprendemos como podemos mais facilmente ser úteis ao nosso
semelhante.
E
quando deixamos que o mundo nos penetre, e não apenas como água em vidro, é
muito fácil criar conteúdos, para a web ou para contar na cadeirinha, no final
do dia, na soleira da porta. E sem grandes invenções ou divagações.
A
vida, por si mesma, é demasiadamente rica e criativa, para não necessitar de
grandes fantasias ou imaginações. Os exemplos de sucesso na adversidade e de
infortúnio são demasiados para que a imaginação do ser humano a possa
acompanhar.
A
divulgação de uns e de outros, por vezes apenas o simples relato, são mais que
suficiente para encher teras de servidores, para censurar e, quiçá, terminar
com o que de mau acontece e servir de pista para um mundo melhor.
Temas
para conteúdos é o mais não falta. Basta deixarmos na gaveta o egocentrismo e
sentirmos o que nos cerca. O resto acontece por si mesmo.
A
título de exemplo, pense-se no que terá vivido isto, que é o que resta das
sobras daquilo que foi jogado fora.
Por
onde andou, de que cor era, como terá combinado com o restante vestuário, que
satisfação terá proporcionado quando foi adquirido e estreado, a relva ou os
dejectos que terá pisado, em que sítio junto à cama terá ficado quando o seu
dono ou dona terá amado, que canelas terá ferido…
As
estórias e os conteúdos estão aí, por tudo quanto é lado, à nossa espera. Basta
parar um pouco e sentir!
By me
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