Esta coisa do
vício de photocronicar ou croniphotografar é terrível.
Dias há em que,
mesmo três horas depois de acordar, nada ocorre, nada se nos surge que sirva
para o satisfazer.
Quiçá devido a
questões pendentes, por resolver, que queiramos ou não nos ocupam a mente,
mesmo que delas não nos lembremos.
Foi o caso de
hoje!
Em qualquer dos
casos, a vida é mais forte que eu mesmo e os meus problemas por resolver.
Calhou, no caminho
p’ro trabalho, mudar de comboio onde não costumo fazer. Vinha distraído e,
quando dei por mim, tinha já passado a estação habitual.
E foi no cais de
mudança que as vi.
Eram cinco,
adolescentes, com a alegria e energia própria da idade e de quem vai fazer algo
de divertido. E já estavam a começar, que ainda vinham a pintar cartazes como
este.
Achei-lhes graça
mas mantive-me à distância. O seu chilrear alegre não merecia ser interrompido
por um cota, mesmo que parecendo e sendo reconhecido como o pai natal.
Mas, enquanto as
via, lembrei-me do que sei sobre este cartaz. E que tenho por verdadeiro.
Algures no final
dos anos 90 um Australiano desembarcou em Sidney, de avião, vindo dos EUA. E
constatou que todos os restantes passageiros tinham alguém à sua espera, que
cumprimentavam com beijos e/ou abraços. Exceptuando ele mesmo, que ninguém
sabia que vinha.
Esta ausência de
um abraço reconfortante bateu-lhe forte na alma. E decidiu, creio que dias
depois, estar no centro da cidade com um cartaz equivalente a este, oferecendo
abraços grátis a quem passasse.
Esta oferta não
terá sido bem acolhida p’las autoridade locais que o detiveram sob um qualquer
pretexto legal local.
A coisa soube-se,
alguns decidiram fazer algo e acabaram por estar na rua bastantes pessoas com
cartazes equivalentes. No espírito da oferta e como forma de protesto.
Tudo terá acabado
bem, com a libertação do cavalheiro. Que, e se a memória me não falha, era na
casa dos vintes e poucos de idade.
As mocinhas
desembarcaram na mesma estação que eu. E, aproveitando o ensejo, pedi-lhes que
me deixassem fotografar o cartaz. Em troca, contava-lhes eu a história dele.
Acederam e ainda
quiseram mais: uma fotografia do grupo.
Seguiram elas para
junto do um grande grupo que iria pôr em prática os dizeres escritos. E segui
eu p’ro trabalho.
Fica a foto do
cartaz e a respectiva história como sendo a photocrónica fofinha do dia.
A do grupo,
desculpem, mas fica na privacidade delas e minhas, que não lhes perguntei se a
poderia usar.
By me
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