É
uma daquelas coisas que nunca me abandona: a certeza da nossa efemeridade e o absurdo
de nos entendermos como muito importantes no mundo. Não somos!
E
há coisas, de borla ou quase, que nos reduzem à nossa insignificância, tanto de
força como de tempo. E que gosto de degustar, mesmo que alguns o entendam como
assustador.
Uma
delas é uma boa tempestade. Os trovões e os relâmpagos, que tantos fazem fugir,
reduzem-me à minha pequenez, tanto no planeta como no universo. Pensamos que
tudo podemos e, na volta…
Outra
de que gosto é o fogo-de-artifício. Em podendo, não perco.
Claro
que é feito pelo Homem, claro que é um espectáculo caro. Mas ver os riscos
coloridos lá em cima (não ligo peva ao fogo preso) durando uns segundos, com ou
sem estampido… Também isso me faz ser pequenino.
Outra
ainda é um banalíssimo repuxo de água. O grau de probabilidade de se repetir
uma dada organização de gotas e bolhas de ar é tão diminuto que cada instante é
realmente único e precioso.
Mas
há outra coisa que também me enche, ainda que bem mais difícil de usufruir:
chuva de estrelas.
É
do conhecimento comum que se tratam de pequenos meteoritos que, entrando na
atmosfera, se incendeiam. Alguns são o que restam das caudas de cometas, outros
são poeiras, restos de asteróides.
Por
esta altura do ano podemos observar uma, chamada de “Gemínidas” por serem observáveis
na constelação de “Gémeos”.
Esta
mesma noite já se poderão observar alguns, mas o pico do evento será na noite
de 13 e de 14.
Este
ano a coisa não será fácil: para além do frio que sabemos estar, a Lua estará
entre quarto crescente e lua cheia, o que reduzirá, com a sua luz, a
visibilidade. Como se não bastasse, espera-se que o céu esteja encoberto.
Pelo
sim, pelo não, vá preparando os desejos a fazer às estrelas cadentes. E, se
achar que vale a pena, o equipamento fotográfico.
Por
mim, e se me dispuser a usufruir do que de belo e gratuito a natureza nos dá,
será mesmo e só observar. Que a fotografia, por vezes, atrapalha a vida.
By me
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