De
regresso a casa, já de noite, entram dois jovens universitários.
Vinham
de conversa e, quisesse-o eu ou não, a exiguidade do espaço não me permitia não
ouvir o que diziam.
Um
deles comenta, a certa altura:
“Fico
possesso! Quando os vejo escrever nas mensagens “fizemos” ou “dissemos” com hífen,
fico possesso! Tento arranjar forma de lhes responder usando a palavra bem
escrita, mas respondem insistindo no erro. É terrível!”
“Bem”,
pensei eu, “nem tudo está perdido quando gente da geração dos SMS faz questão
de escrever correctamente a língua-mãe e de corrigir (ou tentar corrigir) quem
a assassina.”
Foi
alegria curta, a minha. Que, logo de seguida ouvi o mesmo rapazola a pronunciar
“dromir” e “parteleira” com a mesma descontracção com que havia criticado os
outros.
Junto
com as provas escritas de português do 12º ano, obrigatórias, deveriam existir
provas orais em que estas e outras patacoadas fossem motivo de reprovação ou
quejando.
A
língua é algo de vivo e vibrante, evolutivo e ajustável de acordo com os
modismos. Mas uma coisa é evolução e mutação, outra coisa é ignorância. E quando
se está já a frequentar o ensino superior, coisas há que não são, de todo, admissíveis.
Leitura
precisa-se. Muita!
Para
que se não confunda estilo pessoal (escrito ou falado) com asneiras (puras e
duras).
By me
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