Ucraniano.
Viera
para Portugal, em busca de trabalho. Condigno.
Esteve
como pedreiro nas obras. Umas vezes pagavam, outras não, mas lá ia vivendo como
podia.
Um
dia roubaram-lhe os documentos, nas obras. Dias depois caiu e partiu um pé.
Ficou
sem trabalho e o osso partido soldou naturalmente e fora do lugar, que teve
medo de ir a um hospital dada a sua situação no país.
Nunca
mais arranjou trabalho, que o seu coxear o afasta do que sabe fazer: obras.
Vive
a arrumar carros – sem álcool nem drogas, soube enfatizar-mo – e com a ajuda,
pouca, de alguns conterrâneos.
Conhecemo-nos
quando partilhámos um abrigo de um toldo, numa manhã de natal, na baixa de
Lisboa. Pediu-me um cigarro enquanto esperávamos que a chuva amainasse. E
cavaqueamos um nico.
A
chuva parou e chegou um carro. Nunca mais o vi.
Passados
que são alguns anos, e aproximando-se o aniversário desta fotografia, pergunto-me
por onde andará Michel.
By me
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