Muitas vezes o meu almoço acontece p’las 12 horas. Não que
o queira, em regra, mas porque os horários de trabalho assim mo exigem.
Assim, lá p’las 4 da tarde, já tenho um ratito a dar de si
no estômago.
Hoje, e estando por bandas de estação do oriente a caminho
de casa, decidi ir ao centro comercial calar o dito. E, no caminho, dou com
isto.
“Perfeito!”, pensei. “Melhor que fast-food, nada como algo
tradicional, mesmo que se trate de fritos.” E avancei.
De conversa com quem cozinhava, uma senhora, com uma fita
métrica na mão. E, a dado passo, tratou de fotografar a instalação, indo-se de
seguida.
Eu, que já ‘tava com a minha fartura meio na mão, meio já
na barriga, tinha-me deixado ficar por perto. A observar a “barraquinha”, com
ar de nova em folha.
“É uma fiscal.” Disse-me o homem. “ E esta até é simpática
e trata-nos bem. Que alguns, lá na câmara, tratam-nos… Como feirantes, no mau
sentido da palavra, sem sequer se preocuparem com quem estão a falar. Quase
como se fossemos gado.”
Conversa puxa conversa, e eu gosto de as puxar, e fiquei a
saber que pagam a “ninharia” de 1000 (mil) euros de licença por um mês naquele
local. “E é se quisermos, que há muitos que o querem.”, acrescentou ele. Tal
como, quando lho perguntei, me disse que contam ficar ali até dia 6 de Janeiro.
Fiquei a fazer contas de cabeça: a licença, o gás, o combustível
p’ro lume, o óleo, a farinha, o açúcar e canela mais os recheios dos churros, o
preço de cada um e de cada fartura…
Muito pouco deve sobrar p’ra dar de comer àquelas três
alminhas (casal e filha) que ali estavam a calar os nossos “ratitos” ou a
satisfazer a nossa gulodice.
Resta acrescentar a simpatia de quem as fez (que comi
duas) e mas vendeu. Bem como a simpatia ou cumplicidade da fiscal da emel, que
os veio avisar que o tempo pago de parquímetro estava quase a acabar.
E, claro, que estas farturas são supimpas, opíparas, deliciosas,
fazendo juz ao seu nome e que se recomendam. Preferencialmente, e se outros
motivos não existirem, ao come-a-correr franchisado que existe do outro lado da
rua.
Se passarem na zona, nas vossas deambulações consumistas
natalícias, não percam a oportunidade!
By me
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