Enquanto muitos de
nós, pequeníssimos burgueses, classe média baixa em queda vertiginosa, nos
batemos por uns trocos mais que “alegrem” as electrónicas de consumo natalícias
ou se distribuam por mais pratos e mais pequenos as eventuais virtulhas de
supermercado que talvez venham a cobrir a mesa da consoada, cada vez são mais
os envergonhados que a troco de misérias abordam desconhecidos para uns inquéritos
intrusivos.
Ou aqueles e
aquelas que, mesmo com formação superior, não sabem onde irão dormir amanhã e,
hoje, recolhem cedo porque o casaco que lhes taparia do frio ficou para trás
quando mudaram de quarto por falta de pagamento.
Não é o caso
destes olhos. Fazem parte daquele cada vez maior rol de gente que pede cigarros
a desconhecidos. Que o degrau mais abaixo é percorrer as portas dos centros
comerciais e restaurantes, em busca das pontas jogadas fora. Com sorte, não
chove.
Em jeito de epílogo,
recordo um recente artigo de jornal em que a esposa do primeiro-ministro elogia
as qualidades culinárias do seu consorte, muito úteis na preparação da
consoada.
By me
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