quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Subversão



Saiba-se que, de todas as profissões, a de professor é a mais subversiva de todas. Principalmente se for do ensino básico.
Porque, e seja qual for o estrato sócio-económico do aluno, o professor faz com que ele aprenda a pensar. E isso é perigoso. Tanto quanto o ler.
Que pensar é algo que deve estar reservado à classe dirigente, à classe dominante.
Os demais, os que produzem em regime de semi-escravidão, preocupados com a sobrevivência do quotidiano, não podem saber pensar. Pois que se arriscam a pôr em causa quem assim os controla.
Donde, mais fácil que dominar todo um povo pela força, pela fome ou pela censura, há que preparar os jovens de hoje – produtores amanhã – a seguirem ordens sem pensar.
Para que tal suceda, os próprios professores de hoje têm que estar bem mais preocupados com a sua própria sobrevivência que com o futuro dos alunos, ficando de fora, muito naturalmente, a aprendizagem do pensar.
A classe dominante, essa, terá oportunidade de, em boas escolas – e pagas para tal – preparar os seus próprios descendentes para assegurar a continuidade da dominação.

E não! Esta não é uma teoria da conspiração nem inventada agora, entre dois cigarros.
No passado não muito remoto foi posta em prática, lamentavelmente, por regimes cuja única vantagem era a de não esconderem os seus desígnios. A única!

Bem ao invés dos que agora governam por cá.

By me 

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