Leio num jornal
que “Bento XVI pediu hoje que em tempos de crise económica se evite pensar na
saúde como uma mercadoria, temendo que esta se torne num direito de apenas
alguns”.
Estranho este
discurso. A velocidade com que a sede da igreja de Roma costuma reagir ao que
vai acontecendo p’lo mundo costuma ser muito mais lenta. Muito mais.
Seja como for, é
isso que vai acontecendo por cá num ritmo que, e a menos que façamos algo, terá
como consequência o SNS servir apenas para manter a população em condições de
trabalho e gerar mais valias às elites.
Que da
Constituição que alguns querem alterar, se pretende apagar a expressão “tendencialmente
gratuita”.
Leia-se o seu
artigo 64, na sua redacção de 2001:
“Artigo 64º
Saúde
1. Todos têm
direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à
protecção da saúde é realizado:
a) Através de um
serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições
económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de
condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam,
designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela
melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela
promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo
desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.”
É por saber que
isto não está a ser cumprido, bem pelo contrário, pelo actual governo, seus
antecessores e forças externas ao país, que tratei de adquirir isto.
Da próxima vez que
me confrontar com polícia de choque e se levar umas bordoadas, já tenho com que
suturar as feridas.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário