domingo, 18 de novembro de 2012

Saúde, religião e política




Leio num jornal que “Bento XVI pediu hoje que em tempos de crise económica se evite pensar na saúde como uma mercadoria, temendo que esta se torne num direito de apenas alguns”.

Estranho este discurso. A velocidade com que a sede da igreja de Roma costuma reagir ao que vai acontecendo p’lo mundo costuma ser muito mais lenta. Muito mais.
Seja como for, é isso que vai acontecendo por cá num ritmo que, e a menos que façamos algo, terá como consequência o SNS servir apenas para manter a população em condições de trabalho e gerar mais valias às elites.
Que da Constituição que alguns querem alterar, se pretende apagar a expressão “tendencialmente gratuita”.
Leia-se o seu artigo 64, na sua redacção de 2001:

“Artigo 64º
Saúde
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.”

É por saber que isto não está a ser cumprido, bem pelo contrário, pelo actual governo, seus antecessores e forças externas ao país, que tratei de adquirir isto.
Da próxima vez que me confrontar com polícia de choque e se levar umas bordoadas, já tenho com que suturar as feridas.


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