Acontece de uma forma
mais ou menos consistente ao longo de todo o ano. De quando em vez, mas ao
longo de todo o ano.
Claro está que
nesta época se multiplica por muito, sendo quase diário.
E, se para mais
nada servisse, seria um comprovativo de que o Homem é um animal, com
comportamentos típicos de tal. No que isso possa ter de bom e de mau.
No caso vertente é
a atitude do bando, da alcateia, da manada, da matilha: funciona muito melhor e
em segurança quando em grupo.
Refiro-me, como é
lógico, aos dixotes que oiço a propósito das minhas barbas e cabelos e a relação
com o Pai Natal.
A frase habitual é
“Olha o Pai Natal!” O que varia é o tom, umas vezes dito quase que em tom de
agressão (afinal, o que é diferente intimida e merece uma advertência), outras
para provocar o riso por entre os demais que cercam o autor (afinal, há que
marcar posição no grupo).
Dependente do tom,
do lugar, do grupo e, principalmente, da minha própria disposição, assim reajo
ou ignoro. Mas quando reajo…
Estaco na minha
caminhada, rodo nos calcanhares como praça na parada, e dirijo-me ao grupo. Em tom
circunspecto e de dedo indicador erguido, afirmo com vigor:
“Olhe que não sou
o Pai Natal, ouviu?”
Pausa teatral controlada,
e continuo, agora em tom confidencial, meio paternalista:
“Sou o Coelho da Páscoa,
mas estou disfarçado.”
E, ainda antes que
possam reagir, rodo novamente e sigo caminho.
Os risos ou
gargalhadas que oiço e quase vejo, porque de costas, justificam em pleno os
segundos, poucos, deste meu parar na vida. Ou, se preferirem, neste meu
investir na vida!
Porque, confesso,
conseguir provocar e ouvir e ver um sorriso, riso ou gargalhada em
desconhecidos é uma das formas que tenho de viver.
Manias, que
querem.
By me
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