terça-feira, 6 de novembro de 2012

Agradecimentos




Viver num prédio bem grande (a que alguns chamam de megatério, vá-se lá saber porquê) tem destas coisas: não conhecer ou pensar que se não conhecem aqueles que são nossos vizinhos.

Já tinha tropeçado nela umas boas dezenas de vezes: no elevador, à entrada ou saída do prédio, no café a comprarmos pão… vizinhos com trocas de palavras ou sorrisos ocasionais e de circunstância. De idade próxima da minha, muito bem apresentada ou produzida, o seu sorriso é uma constante.
Uns destes dias tínhamos ambos uns minutos de reserva que nos permitiu ir além do trivial. E, a propósito do tempo e da chuva, veio a fotografia à baila.
Bailando daqui, dançando dacoli, acabámos por constatar que em tempos recuados partilhámos conhecimentos no campo da fotografia e da moda: eu atrás da câmara, ela à frente dela e de uma indústria do ramo. De uma forma ou de outra, trabalháramos com os mesmos produtores de publicidade.
Os tempos passam, as oportunidades, reveses e vontades também, e ambos deixáramos o meio. Suponho que, no seu caso, terá sido por questões de sucesso empresarial. No meu foi por acabar por recusar o mundo cão e hiper-competitivo que a publicidade em geral e a da moda em particular são. O que gosto de fazer não o quero por obrigação.
No final destes poucos mas saudosistas minutos remata ela que no final de cada dia agradece por ter lá ter chegado.
Não sei, mas também não questionei, o que se terá passado para que o agradecimento seja uma “obrigação”.
Por mim, no início de cada dia, agradeço aos deuses d’aquém e d’além universo a luz que tenho e desejo a oportunidade de dela tirar partido.
Que, do meu ponto de vista, de pouco serve agradecer o que quer que seja se nada fizermos para o merecer.
Na photographia e na vida!

By me

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