Trata-se de um
daqueles restaurantes onde me sinto bem.
A comida é agradável,
não é caro, donos e empregados são simpáticos e conheço o local há muitos anos.
Muitos anos.
As suas mesas são
cobertas com toalhetes individuais plásticos. Durante anos esses toalhetes
olharam para mim, antes de a refeição me ser servida, com um estampa de uma
imagem de Lisboa ribeirinha bem antiga, aliada ao nome do restaurante. Mesmo
que já conhecesse o desenho de há muito, ficava sempre um nico a olhar para
ele.
Uma noite… Uma
noite fui surpreendido com uma mudança. A princípio não dei por ela, era algo
que pairava no ar, um não sei-o-quê que me falava de mudança. E levei uns bons
minutos a dar com ela! Em olhando para a mesa, primeiro para a minha, depois para
todas as daquela sala, constatei que os tais toalhetes tinham mudado. Para uns
outros, mais alegres e “jovens”, deixando de se ver o tão clássico desenho de
Lisboa.
À saída, aquando
do pagamento, comentei a coisa com o dono e, meio a medo, perguntei se ainda
sobraria algum deles, que gostaria de ter um de “recuerdo”.
Sem hesitar, foi
ele a uma sala de arrumos, demorou um nico e regressou com um deles na mão,
pedindo-me desculpa pela demora mas tinha estado a escolher um que ainda estivesse
em bom estado. Meio encabulado com a deferência, aceitei-o e está aqui em casa,
num lugar de destaque. Que lugares de eleição devem estar em lugar de destaque.
O seu nome? Não o
digo, não vá algum oportunista fazer um pedido semelhante e deixar em situação
complicada os seus donos.
Deixo-vos, antes
sim, um pedaço do toalhete. E a informação de que por perto deste local existe um
dos mais recentes jardins alfacinhas que me tem dado água pela barba, já que
gosto bastante dele mas ainda dele não consegui fazer uma imagem que me
agradasse.
By me
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