domingo, 16 de setembro de 2012


Pergunto-me se os órgãos de comunicação social deste país serão membros do Instituto Nacional de Sangue.
Do que aconteceu ontem, em todo o país e além fronteiras, as parangonas hoje são dedicadas a desacatos acontecidos em Lisboa. Em frente à representação do FMI e em frente ao Parlamento.
Uma cidade e envolvendo, na pior das hipóteses, poucas centenas de portugueses. Quatro detidos. Um jornalista ferido.
De todos os outros, dos mais de seiscentos mil que desfilaram e mostraram a sua vontade em mais de trinta cidades em território nacional, mesmo naquelas cidades pequenas onde dar a cara é particularmente complicado, porque todos se conhecem (citando alguém que vive numa) hoje já é notícia de ontem, fria e requentada.
Fico, assim, sem saber ao certo se o que contam e como o contam se prende com o desejo de minimizar a mobilização nacional de ontem, fazendo tábua rasa dos acontecimentos e em linha com vontades politicas ou se se preocupam, principalmente, com o vermelho sangue que os menos que mini tumultos podem significar nas páginas de abertura e com o que isso significa de tiragens e audiências.


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