terça-feira, 4 de setembro de 2012

Desafio - a tampa




Tenho para mim que a fotografia vai muito para além que o registar da luz.
Claro que a luz é vital, que sem ela não acontece fotografia. Mas é bem mais.
Também tenho para mim que fotografia não é uma mera questão técnica. Convém, claro, saber um nico de técnica (expor, iluminar, perspectivar…) mas isso não chega para fazer fotografia. Na melhor das hipóteses, será o suficiente para fazer um registo fotográfico.
Acredito convictamente que a estética, sendo vital, fica aquém da totalidade do que é a fotografia. A estética depende de modas culturais, será um sustentáculo da comunicação, mas não chega.

Do meu ponto de vista, o mais importante é grocar!
Para quem não conhece o termo, sempre acrescento que é um verbo inventado por Robert Heinlein, na sua magistral obra “Um estranho numa terra estranha”.
Significa este termo “conhecer”. Mas conhecer para além do simples conhecer, como quem conhece água, ou um livro, ou uma pessoa. É conhecer para além da superfície, é conhecer em profundidade, é ir ao âmago. Materiais, motivos, sabores, personalidades, usos, aromas, cores, significados, formas… se possível, conhecer até à molécula.
Creio que este “grocar” é vital para que uma fotografia, que usou luz, técnica, estética, tenha algo mais que o registo formal do assunto fotografado.
Esta interacção afectiva e intelectual permite, assim o vejo, fazer fotografia onde, e para além do assunto explícito, está o implícito, uma segunda ou terceiras leituras, onde o autor está também presente, mesmo que se não veja.

Deixo assim o desafio aos que isto lerem: como se fotografa uma tampa de objectiva extra, que não da marca da objectiva a que se destina?
Esta é uma solução que encontrei e desafio a que digam ou mostrem alternativas.


By me

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