Tenho para mim que
a fotografia vai muito para além que o registar da luz.
Claro que a luz é
vital, que sem ela não acontece fotografia. Mas é bem mais.
Também tenho para
mim que fotografia não é uma mera questão técnica. Convém, claro, saber um nico
de técnica (expor, iluminar, perspectivar…) mas isso não chega para fazer
fotografia. Na melhor das hipóteses, será o suficiente para fazer um registo
fotográfico.
Acredito
convictamente que a estética, sendo vital, fica aquém da totalidade do que é a
fotografia. A estética depende de modas culturais, será um sustentáculo da
comunicação, mas não chega.
Do meu ponto de
vista, o mais importante é grocar!
Para quem não
conhece o termo, sempre acrescento que é um verbo inventado por Robert
Heinlein, na sua magistral obra “Um estranho numa terra estranha”.
Significa este
termo “conhecer”. Mas conhecer para além do simples conhecer, como quem conhece
água, ou um livro, ou uma pessoa. É conhecer para além da superfície, é
conhecer em profundidade, é ir ao âmago. Materiais, motivos, sabores,
personalidades, usos, aromas, cores, significados, formas… se possível,
conhecer até à molécula.
Creio que este “grocar”
é vital para que uma fotografia, que usou luz, técnica, estética, tenha algo
mais que o registo formal do assunto fotografado.
Esta interacção
afectiva e intelectual permite, assim o vejo, fazer fotografia onde, e para além
do assunto explícito, está o implícito, uma segunda ou terceiras leituras, onde
o autor está também presente, mesmo que se não veja.
Deixo assim o desafio
aos que isto lerem: como se fotografa uma tampa de objectiva extra, que não da
marca da objectiva a que se destina?
Esta é uma solução
que encontrei e desafio a que digam ou mostrem alternativas.
By me
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