Foi há uns dias.
Num
encontro-manifestação-demonstração de pessoas com mobilidade reduzida, um dos
presentes, numa cadeira de rodas, falou comigo sobre fotografia e equipamento.
Conversa vai,
conversa vem e ele, que possui diversas câmaras e sabe um bom pedaço do
assunto, confidenciou-me que deixara de fotografar.
“Sabe”, disse-me, “eu
não posso segurar numa câmara, que perco o equilíbrio e caio para a frente. Por
enquanto ainda não estou amarrado à cadeira, mas em breve…”
Fiquei calado por
uns segundos! O que se responde?
Tentei reduzir o
meu silêncio ao mínimo. E tentei manter a conversa como mesmo entusiasmo que
antes.
Coisa que, juro, não
me foi fácil!
Mas logo ali eu,
que sou Tuga e sou - como todos - especialista em desenrascanço, lhe aventei
uma possibilidade de ultrapassar o problema.
Com o monopé
apoiado na cadeira e entre as pernas, a câmara posta nele e junto à cara, não há
como alterar o centro de gravidade anterior. E continuar a fotografar.
Garanto que, não
fora o calor que se fazia sentir e a transpiração que me escorria, se veria na
minha cara a reacção ao sorriso de esperança que lhe vi.
Boas fotos de
novo, companheiro!
By me
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