Vejo, aqui e ali,
artigos e monografias, catálogos e discussões sobre a qualidade técnica da
fotografia.
E quem sou eu para
contrapor a estes argumentos, alguns expostos por quem sabe muito e muito mais
que eu. Aliás, quem sou eu para contrapor a estes argumentos quando o meu ofício
me exige que me preocupe com isso e quando um dos fotógrafos que tenho por
muito grande dava pelo nome de Ansel Adams.
No entanto…
No entanto não
vejo por aí, nem por aqui nem em qualquer outro lado a necessidade de haver uma
ligação entre o fotógrafo e o que é fotografado. Não vejo discussões sobre as
questões estéticas que não estejam sempre balizadas nas questões técnicas. Não oiço
falar que há que amar ou odiar o que se fotografa, ou o resultado redunda em
sensaboria.
Entender o que se
fotografa, ter com isso uma relação afectiva, mesmo que negativa, perceber os
mecanismos do que acontece em frente da objectiva (tanto do ponto de vista
material como humano), são na minha perspectiva as condições base para que a
fotografia ultrapasse a condição de fotocópia do mundo para se transformar numa
visão pessoal do que cerca o fotógrafo.
As questões técnicas
vão acontecendo, por degraus, à medida em que o próprio fotógrafo vai exigindo
mais de si mesmo e no sentido que deseja. E constam dos manuais de instruções,
livros técnicos para totós, artigos de revista e demais literatura
especializada.
Agora o
materializar do estado de alma e modo pessoal de ver… é algo que se cultiva,
que se pratica, que se exercita diariamente. Mas que não vejo discutir nem,
perdoem-me os lentes e doutores, constar de programas e conteúdos programáticos.
Mas talvez seja eu
que não me movimento nos círculos certos.
By me
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