Aquele caixeiro-viajante
deslocava-se pela província, de carro.
Uma noite, já bem
tarde, o sono pesa-lhe em demasia e resolve pernoitar numa pensãozita numa
aldeia.
O recepcionista
avisa-o para que não fizesse barulho, nem nas escadas nem no quarto, que os hóspedes
eram gente de trabalho e que se levantavam bem cedo.
Já no quarto,
tentando que nem o soalho nem a cama rangessem, começa a despir-se e
escorrega-lhe uma bota para o chão, ecoando no silêncio da noite.
Praguejando
baixinho, toma as cautelas necessárias para que se não repita e adormece,
cansado.
Uma hora depois é
acordado com fortes pancadas na porta e alguém que lhe grita, do outro lado:
“Tire lá a outra
bota, que queremos todos voltar dormir em paz!”
Assim estamos nós,
portugueses:
Calcam-nos com a
bota em cima e ficamos chateados porque nunca mais vem a outra para que
continuemos a dormir.
By me
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