quinta-feira, 28 de julho de 2011

Relógios



O relógio grande, da direita, é um dos que se encontram numa estação de caminho-de-ferro bem concorrida da cidade de Lisboa.
O relógio da esquerda, o pequeno, é o meu relógio de pulso.
Tem este uns trinta anos, talvez, de marca Seiko e fabrico japonês. Comprado não digo a quem em condições que não digo como.
Certo é que este pequeno relógio de pulso nunca foi aberto desde que comprado e, desde essa data, tem o mesmo problema: adianta-se uns poucos de segundos por dia. De há uns trinta anos a esta parte que tem este problema. Sempre igual. É por isso que um vez por semana, por vezes mais amiúde, o acerto pelo relógio de lá, onde trabalho, que é aquele que impera nas coisas que tenho que fazer com horas certas. As demais… um pouquinho mais cedo, um pouquinho mais tarde, não é grave.
Pois hoje, em chegando à estação, vejo este grande indicando o que aqui se vê. À primeira não liguei, mas de seguida fui confirmar pelo meu. E não havia dúvidas: era o meu que estava certo, mais pedacinho, menos pedacinho, que o confirmei com outros.
Então porque raio terá a REFER na sua estação um relógio parado, indicando uma hora que não é aos passageiros que procuram saber se falta muito ou já terá passado a composição que têm que tomar?
Será que é para fazer pirraça àqueles que andam sempre atrasados? Será que é para que não nos preocupemos com o passar do tempo? Será para que não nos apercebamos dos atrasos regulares das composições que aqui circulam?
Em qualquer dos casos, mais valia taparem-no, que dessa forma nem nos daríamos ao trabalho de verificar qual deles estaria certo.
Mas valeu, certamente, por me ter obrigado a fazer este exercício fotográfico com uma câmara de bolso que quase nenhum controlo de exposição possui. Mas não há japonês inteligente, dentro de uma câmara fotográfica, que não possa ser enganado.
Já quanto ao japonês do meu relógio… fiel como poucos. Só que um nico apressado. Nada demais.

Texto e imagem: by me

Sem comentários: