terça-feira, 12 de julho de 2011

A língua da tua mãe



Não que seja daquelas coisas que, em tirando-me do sério, me fazem dizer palavrões e espumar p’los cantos da boca.
Agora que me chateiam, lá isso chateiam!

Descubro, via contador de visitas de um blog que vou alimentando, que alguém andou à minha procura na web. Motivo para ficar de ego cheio, certamente. Fui suficientemente importante para que alguém se desse a esse trabalho.
Já não tanto quando constato que me procuraram usando, num motor de busca, com as palavras “cameraman jc duarte”.
Se fosse alguém da Nova Zelândia, da Austrália, dos EUA, GB, Irlanda, mesmo Índia ou África do Sul, eu entenderia.
Mas tratou-se alguém de aqui perto, de Lisboa mesmo. Suponho que com a minha nacionalidade e falando a mesma língua lusa que eu.
Então porque carga d’água terá usado este termo inglês “cameraman”? Ignorará ele ou ela que, em bom Português, se usa “operador de câmara”? Eventualmente “operador de imagem” ou, na sua versão mais reduzida, “o câmara”?
Aos que lêem estas linhas, façam um favor a vós mesmos e aos vossos descendentes: com ou sem acordos ortográficos, não deixem em culturas alheias aquilo que de bom têm na vossa. Usem o nosso vocabulário, que é tão bom e rico como os melhores que por aí existem. Consultem-se os nossos bons escritores e constate-se se eles recorrem a estrangeirismos para materializar as suas ideias, para encherem as horas de sonho que as suas obras provocam nos leitores.
‘Tou-me nas tintas para os acordos ortográficos. Mas faço muita questão de usar a minha língua, bonita que é!
E se quiserem alguma coisa de mim, não me tratem por “cameraman”, que farei muita questão de não responder!

Texto e imagem: by me

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