segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fumódromo



Se me perguntarem qual é o local da empresa em que trabalho de que mais gosto, respondo que são três.
Em primeiro lugar, e creio que como toda a gente que trabalha, a porta por onde se sai todos os dias. Também é aquela por onde se entra, mas gosto de pensar nela como sendo a que uso para sair.
Em seguida, e isso é privilégio meu, o meu posto de trabalho. Tenho a sorte de gostar muito do meu ofício, pelo que o sítio onde o exerço, seja qual for a sala ou o equipamento, é um local de que gosto.
Por fim, este. Bem, este e outros como ele, um pouco aqui, um pouco ali, algures entre o consentido e o clandestino. Refiro-me aos “fumódromos”, que são aquele locais onde vamos fumar o cigarrinho da impaciência, ou o usado para matar o tempo. Não sendo dentro do edifico, naturalmente, estão de alguma forma protegidos das intempéries, sejam elas chuva e vento invernosos ou sol e calor abrasador de verão. E, à revelia do que mandam as regras de segurança, são também as saídas de emergência que, para bem de todos nós, ainda não foram usadas para o fim a que se destinam.
Mas os fumódromos têm outra vantagem, enorme: são niveladores sociais. Nestes espaços quase infectos encontramos todos os estratos sociais da empresa, que o vício do tabaco toca a todos eles. Servem ainda de ponto de desabafo, de conversa de serviço informal bem como, e isso já é de lamentar, de locais de fofoca e de maldicência.
Este é um dos fumódromos cá do sítio.

Texto e imagem: by me

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