quinta-feira, 5 de julho de 2018

Retratos e éticas




O gostar de meter conversa e dar corda com troco em lojas e locais públicos tem recompensas. E eu sou um fala-barato.
Esta foi-me contada pelo dono de uma loja e fotocópias, impressões rápidas e afins.
Uma senhora pediu para imprimir a fotografia do filho num suporte plástico.
O trabalho, feito à frente da cliente, correu mal e ele decidiu deitar fora o falhanço e fazer um novo.
Foi o “fim da picada”!
A senhora protestou e ficou ofendida por ter amachucado e jogado fora a fotografia da criança. Que com isso, dizia ela, estava a fazer mal ao seu filho e à sua alma.

Nós, que produzimos imagens como quem bebe água, mais não somos que o agente intermédio entre o retratado e a sua imagem.
E por muito artísticos ou criativos que sejamos, devemos sempre respeitar o objecto da imagem que produzimos. E saber interpretar a cultura do retratado ou cliente, adoptando as suas preferências e tabus.
Infelizmente não é essa a atitude da maioria que possui câmara fotográfica, trabalhe por dinheiro ou por prazer.
Voltando a usar um termo maldito, a ética fotográfica é tão importante quanto a estética e a técnica.


By me

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