quarta-feira, 25 de julho de 2018

Escribas de serviço



Eu juro que há coisas que tenho dificuldade em entender!
Aconteceu um acidente num barco na costa da Galiza.
Uma explosão a bordo provocou diversos feridos, alguns em estado grave. Dois portugueses estão entre as vítimas.
Os media, jornais e televisões, referem que se trata de uma catamarã.
Fico com aquela dúvida se os redactores que trabalham com o que recebem das agências noticiosas sabem o que é um catamarã. Se saberão que é um tipo de navio, de pequeno ou médio porte em regra, que possui dois cascos na água, no lugar de apenas um como é tradição milenar. E que existem ainda os trimarã que, como o nome sugere, possuem três cascos.
E não é preciso ser-se marinheiro ou especialista em hidrodinâmica para se saber isto.
Mas aquilo que não dizem, caramba, é que tipo de serviço ou frete fazia tal embarcação. Turismo aquático? Transporte de passageiros como no Tejo, em Lisboa? Investigação marítima? Competição? Porque é que estavam tantas pessoas naquela embarcação?
Um jornalista tem, no seu trabalho, que responder às cinco perguntas clássicas: Quem, quando, onde, como, porquê. Tem que ser curioso e satisfazer estas perguntas, que são as que o seu público terá perante os factos que relata.
Se não o fizer não fará bem o seu papel.
Mas, e sei-o em primeira mão, jornalistas há que entendem que o simples facto de ser um catamarã é suficiente para satisfazer as perguntas do público.
Mas eu só faço uma pergunta aos jornalistas desta terra: será que acham que a maioria do seu público sabe o que é e em que se usa um catamarã?
Ide escrever numa folha de couve, que é mais ecológico.

Nota complementar: este navio é turístico.


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