Este é um post muito
pessoal, desculpem.
Não sou muito de
celebrar datas. Nem mesmo o meu aniversário.
As datas que se
celebram são convenções de ciclos completos sobre um qualquer evento que se
entende por importante. Para nós, humanos, serão anos porque assim o
entendemos. Para uma mosca serão horas, se elas tivessem relógios. Para uma
pedra serão milénios, se elas contassem a luz ea sombra.
As mais das vezes,
quando celebro datas, é apenas porque as convenções dizem que naquele dia algo
aconteceu e há que o lembrar, chamando a atenção sobre ele. Confesso que não me
recordo do meu nascimento, pese embora lá tenha estado. Talvez falta de
memória.
A religião insiste
em nos recordar de datas e momentos a celebrar. Sabemos, com uma certeza quase
científica, que as datas que a religião celebra pouco têm de rigor. E que
algumas mais não são que a apropriação para seu proveito de outras celebrações
mais antigas.
Também a história
recente nos fornece datas que se querem celebradas. Algumas por hábitos e
tradições, outras como forma de colocar no pensamento questões actuais. Não
serão as datas que importam nestes casos, como o 25 de Abril ou o 1º de
Dezembro, mas a sua simbologia e a importância da liberdade e independência de
um povo. Outros povos, outras datas.
Outras datas e
celebrações há a que damos hoje pouco relevo. Mas que já foram as datas maiores
dos povos. Os solstícios, os equinócios, a lua cheia… Datas que em nada se
prendem como que fazemos ou fizemos mas que os antigos tinham por importante
porque constatavam os fenómenos e os respeitavam. Com fortes cargas de divino e
tentando honrar o que não entendiam.
Por mim, tenho
seis datas que celebro.
Os solstícios e os
equinócios, que transcendem tudo o que fazemos e somos. E que nos reduzem à
insignificância que somos num universo que não conhecemos e que temos a ousadia
de pensar que entendemos.
Todos os dias 11 e
de há uns tempos a esta parte. Fruto de circunstâncias imprevistas e de
decisões e actos auspiciosos, foi um dia que a minha vida mudou para sempre.
Celebro-o porque fui um dos responsáveis pelo que sucedeu e estou satisfeito e
feliz por isso.
E o dia 1 de
Julho. Nesse dia iniciei um ciclo que perdura até hoje, que me transformou no
que sou e que ainda não tenho a certeza de abençoar ou amaldiçoar. Por vezes
tenho vontade de fazer festa e rir-me a bandeiras despregadas, outra de apanhar
um pifo descomunal e esquecer que aconteceu.
Em qualquer dos
casos, hoje completa-se um ciclo, um longo ciclo. Do qual sou responsável.
E se os ciclos,
marcados pelo sol, pela terra e pelo universo, devem ser celebrados, hoje é dia
de celebração.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário