domingo, 1 de julho de 2018

Celebrações




Este é um post muito pessoal, desculpem.

Não sou muito de celebrar datas. Nem mesmo o meu aniversário.
As datas que se celebram são convenções de ciclos completos sobre um qualquer evento que se entende por importante. Para nós, humanos, serão anos porque assim o entendemos. Para uma mosca serão horas, se elas tivessem relógios. Para uma pedra serão milénios, se elas contassem a luz ea sombra.
As mais das vezes, quando celebro datas, é apenas porque as convenções dizem que naquele dia algo aconteceu e há que o lembrar, chamando a atenção sobre ele. Confesso que não me recordo do meu nascimento, pese embora lá tenha estado. Talvez falta de memória.
A religião insiste em nos recordar de datas e momentos a celebrar. Sabemos, com uma certeza quase científica, que as datas que a religião celebra pouco têm de rigor. E que algumas mais não são que a apropriação para seu proveito de outras celebrações mais antigas.
Também a história recente nos fornece datas que se querem celebradas. Algumas por hábitos e tradições, outras como forma de colocar no pensamento questões actuais. Não serão as datas que importam nestes casos, como o 25 de Abril ou o 1º de Dezembro, mas a sua simbologia e a importância da liberdade e independência de um povo. Outros povos, outras datas.
Outras datas e celebrações há a que damos hoje pouco relevo. Mas que já foram as datas maiores dos povos. Os solstícios, os equinócios, a lua cheia… Datas que em nada se prendem como que fazemos ou fizemos mas que os antigos tinham por importante porque constatavam os fenómenos e os respeitavam. Com fortes cargas de divino e tentando honrar o que não entendiam.

Por mim, tenho seis datas que celebro.
Os solstícios e os equinócios, que transcendem tudo o que fazemos e somos. E que nos reduzem à insignificância que somos num universo que não conhecemos e que temos a ousadia de pensar que entendemos.
Todos os dias 11 e de há uns tempos a esta parte. Fruto de circunstâncias imprevistas e de decisões e actos auspiciosos, foi um dia que a minha vida mudou para sempre. Celebro-o porque fui um dos responsáveis pelo que sucedeu e estou satisfeito e feliz por isso.
E o dia 1 de Julho. Nesse dia iniciei um ciclo que perdura até hoje, que me transformou no que sou e que ainda não tenho a certeza de abençoar ou amaldiçoar. Por vezes tenho vontade de fazer festa e rir-me a bandeiras despregadas, outra de apanhar um pifo descomunal e esquecer que aconteceu.

Em qualquer dos casos, hoje completa-se um ciclo, um longo ciclo. Do qual sou responsável.
E se os ciclos, marcados pelo sol, pela terra e pelo universo, devem ser celebrados, hoje é dia de celebração.



By me

Sem comentários: