domingo, 15 de julho de 2018

“E pur se muove!”




Leio num artigo da treta sobre um assunto insignificante: “… os princípios que os senhores meus pais me incutiram… “. Quem disse isto referia-se a questões éticas e morais.

Acredito na sinceridade desta afirmação.
No fim de contas, dá muito menos trabalho aceitar como verdadeiros e inquestionáveis o que ouvimos dos pais e outros antepassados que questionar a validade desses princípios. E nega-los se for esse o caso.
Claro que a vida é “mais fácil” assim. Com o argumento de “ensinaram-me”, quer ser trate de família quer de professores, enjeitam-se desta forma as responsabilidades de actos e pensamentos, atribuindo-os a outros.
Tal como disse, dá trabalho questionar a ética e a moral pública. Haverá que ponderar nos motivos e origens, aquilatar contradições, analisar emoções e racionalidade. E, se for esse o caso, construir novas formas de conduta, pessoais, que satisfaçam o resultado de tal árdua tarefa.
Talvez por dar trabalho, tanto, poucos são os que têm produzido novos pensamentos. Filósofos, políticos, cientistas, pintores, escritores, músicos…
Pensar e agir diferente, não por ser diferente mas porque há motivos para tal, é trabalhoso. E implica coragem de contestar o instituído, tanto nos actos como nos discursos.
“E pur se muove!”

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