Leio num artigo da treta sobre um assunto insignificante: “…
os princípios que os senhores meus pais me incutiram… “. Quem disse isto
referia-se a questões éticas e morais.
Acredito na sinceridade desta afirmação.
No fim de contas, dá muito menos trabalho aceitar como
verdadeiros e inquestionáveis o que ouvimos dos pais e outros antepassados que
questionar a validade desses princípios. E nega-los se for esse o caso.
Claro que a vida é “mais fácil” assim. Com o argumento de “ensinaram-me”,
quer ser trate de família quer de professores, enjeitam-se desta forma as
responsabilidades de actos e pensamentos, atribuindo-os a outros.
Tal como disse, dá trabalho questionar a ética e a moral
pública. Haverá que ponderar nos motivos e origens, aquilatar contradições,
analisar emoções e racionalidade. E, se for esse o caso, construir novas formas
de conduta, pessoais, que satisfaçam o resultado de tal árdua tarefa.
Talvez por dar trabalho, tanto, poucos são os que têm
produzido novos pensamentos. Filósofos, políticos, cientistas, pintores, escritores,
músicos…
Pensar e agir diferente, não por ser diferente mas porque há
motivos para tal, é trabalhoso. E implica coragem de contestar o instituído,
tanto nos actos como nos discursos.
“E pur se muove!”
Sem comentários:
Enviar um comentário