A vida é
feita de estórinhas. Umas sessenta estórinhas por minuto, no mínimo.
Muitas são
neutras, enfadonhas, quase tão iguais que incomodam. Destas fujo!
Outras são
horrendas, malévolas, amaldiçoadas. Essas enfrento-as!
Outras
ainda são deliciosas, ternurentas, divinas. Estas procuro-as e procuro
degustá-las até ao tutano.
E depois
há ainda as outras, as que pertencendo ao segundo ou terceiro grupo, temos que
guardar para nós, como segredo terrível ou maravilhoso. Que o pudor ou a honra
a isso nos impelem.
E pouco
importa se usamos a voz, se a tinta, se a luz.
Desta
fotografia, feita numa véspera de Natal e numa época em que se ouvia falar mais
português que outras línguas na velha Lisboa, recordo duas ou três estórinhas.
De amor, de
curiosidade, de imaginação.
Mas, acima de
tudo, da cara daqueles adolescentes quando lhes disse que, se prestassem
atenção, talvez vissem o Pai Natal no seu trenó, a passar à fente da Lua.
Estórias...
By me
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