quinta-feira, 26 de julho de 2018

Cagalhotos




Ainda sobre o tal texto de um tal jornalista a propósito de aviões e fogos:
Do mesmo modo que habitação, saúde, alimentação, também o direito ao disparate é importante.
E basta andar na rua, nos cafés ou nas redes sociais, para nos apercebermos da quantidade de gente que faz questão de exercer esse direito.
E não é por ouvirmos alguém num autocarro a dizer uma enormidade absurda que o vamos crucificar em público, generalizando e fazendo dessa pessoa um exemplo de comportamento ou do pensamento de quem tenha o seu aspecto ou ofício.
Deixem o pobre homem em paz, que a senilidade não é característica única da idade e, tal como a gadanha, leva todos por igual.
Quanto ao resto, o exercício da opinião e a popularidade são, nalguns casos, como os estupfacientes: à medida que o vício aumenta é necessária maior quantidade para se obter satisfação.
E isto só se resolve, e para além da força de vontade do próprio, com tratamento e severa abstinência.
No caso em questão, o que haverá de melhor a fazer é ignorar o que diz e/ou faz, tratando-o como aos pobres de espírito.
Está nas nossas mãos fazer com que alarvidades ditas em público sejam inconsequentes: não alimentar audiências e deixar quem tal diz a falar sózinho.



By me

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