sábado, 4 de janeiro de 2014

! ! !

“E quer o número de contribuinte na factura?” perguntou-me ela, enquanto me dava o troco em moedinhas.
Hesitei. Não sabia se ironizaria se falaria a sério.
Mas a expressão que lhe vi na cara, resultado da involuntária cara mesmo feia que fiz elucidou-me.
“Sabe! Andei a fugir dos contínuos do liceu para que não me denunciassem na PIDE devido aos panfletos contra a guerra colonial que distribui e ajudei e escrever. E acha que vou colaborar nesta bufaria governamentalmente acarinhada? Mas é que nem pense”
E peguei no tabuleiro do jantar e segui para a minha mesa.
Mas ainda tive tempo de ouvir a sua voz sumida balbuciar “Desculpe!”


Este texto não ilustro. Que entre o verde de raiva e o vermelho de cólera… não sei que use e que me descreva.

By me

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